CORPO DOPADO, MENTE DOPADA!!
Por: Robson Caetano Da Silva
Numa escala de 0 a 10, os 100 metros seria a prova de maior escala e interesse no atletismo, é como se observássemos o atacante numa partida de futebol, aquele momento mágico que transforma drible de corpo, ginga, técnica num gol, e se é de placa não importa o time, pois ele será ovacionado, os 100 metros tem a capacidade de manter respirações interrompidas por um breve momento entre o set, ou pronto e o tiro de largada, e o gol será marcado pelo mais rápido.

Mesmo em meus anos como jornalista/ comentarista de atletismo nos meios de comunicação evitei falar sobre esse assunto por uma questão pessoal, pois fui muito prejudicado por ter que competir contra atletas dopados, e ter perdido oportunidades milionárias para mudar minha vida, enfim voltando ao assunto. o doping dá a condição ideal como apoio para o atleta entrar num novo patamar. E é como jornalista/comentarista olímpico, que questiono; porque os fracos necessitam do apoio ilícito para percorrer uma estrada, uma rua, uma raia? A resistência dá ao individuo a capacidade de suportar a dor, e treinado pode levar a resultados incríveis; dito isso eu gostaria de esclarecer um episódio, que para mim não é nem um pouco agradável, a famosa corrida da vergonha, 29 anos atrás durante os jogos olímpicos de Soul na Coreia do Sul..



Para vocês Terem uma ideia correr com a mão espalmada foi uma descoberta para os velocistas Brasileiros, depois que Tom Tellez técnico da universidade de Houston convenceu seus atletas mais jovens, e uma nova geração, de que, o arrasto na prova seria menor, isso em 1977, nos começamos de forma empírica, quase como uma brincadeira em 1983, ou seja tudo que foi desenvolvido aqui no Brasil, foi descoberto pelo atletas que tinham a chance de sair para competir fora, e eram poucos, ou os técnicos que iam para a Alemanha aprender sobre treinamento, enquanto isso os talentos não vingavam por total falta de troca de informação, numa fase em que eu tinha que realizar treinamento mental antes de dormir, e ao acordar para visualizar a corrida mais perfeita para meu estilo.
Por isso me pergunto se fosse Americano, Canadense Ou Britânico, teria sido diferente? Eu teria encarado de igual para igual esses atletas? Teria um documentário falando sobre essa covardia feita comigo? Acho que sim.., pois uma geração que abusou dos hormônios do crescimento, e dos inibidores de saciedade, foram falsos protagonistas da história, e ainda tem seus nomes ecoados por muitos, mas que perderam o meu respeito, por isso eu posso garantir que, nunca dei valor a drogado consciente; EU TREINEI MUITO, e até corri abaixo de 10 segundos, no entanto vivíamos num mundo tão dividido e que valorizava mais as nações acima da linha do equador que meu resultado foi desconsiderado e transformado no que hoje é uma obsessão por atletas, técnicos e até imprensa, no entanto 10 segundos resumem uma vida de trabalho duro e dedicação e não de uso de doping e me orgulho disso!
#robsoncaetanodasilvamedalhistaolimpico
Pois é, meu amigo... Já acompanhava bem os esportes naquela época e sou testemunha do grande atleta que você sempre foi.
ResponderExcluirEu te pergunto: se Florence fosse brasileira, o recorde mundial feminino dos 100 metros ainda estaria de pé?
Carl Lewis era tão dopado quanto Ben Johnson, mas era americano.
O que hoje quase ninguém sabe é que Ben Johnson é jamaicano e que mesmo tendo cometido o erro que cometeu, depois abriu o verbo contra os outros atletas daquela final em Seul e nada foi feito. Isso explica muito a falta de respeito absoluta que Usain Bolt tem por Carl Lewis. O que, ao meu ver, tem completo sentido.
Aquela prova de 200m em Bruxelas, onde você deu um vareio bonito em Carl Lewis e Joe Deloach, mostrou que os dois ainda não estava no ápice da curva do doping...hehehe... Dava até pra ter segurado no melhor estilo Bolt, não?
Parabéns pela blog e sucesso, sempre!